Sessão 1 - O Interior

O Interior

Durante toda a minha vida, busquei atividades em que pudesse me destacar, ser alguém relevante dentro de um especifico contexto. O primeiro passo foi o esporte, o futebol foi minha primeira paixão.

Ser o cara, o atacante, ficou em algum sonho perdido... Era muito nervoso, e ficar sempre de cara com o goleiro, ali para decidir, logo me desanimou. Então fui para lateral, faltava fôlego... Me restou a zaga, com um corpo bem mais avantajado do que os garotos da minha idade, metia medo e cumpria bem meu papel, mas nem de longe era o melhor dentro das quatro linhas.

Tentei o basquete, e em breve a minha altura que prometia nos meus 13 anos, viria a estagnar em meu atual 1,74 m, me deixando bem longe das quadras.

Então conheci os jogos online, pensei que enfim seria agora que me encontraria, mas demorei muito para aprender as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs... Não sou um péssimo jogador, porém, mas uma vez o sonho de ter o primeiro lugar me fugia com muita facilidade.

Cresci, me tornei chato, dramático, previsível, extremamente crítico e para completar fui aprovado em Jornalismo. Um curso que te apresenta um milhão de sonhos, destrói todos antes do terceiro período, e consegue te deixar mais insuportável do que quando entrou. Pensei que poderia ser o melhor, fazendo algo que eu sempre soube fazer, ser chato é imprescindível para todo bom jornalista. Mas como diria a minha querida mãe, "onde tem um bom, tem um melhor"... Não demorei muito para descobrir isso na pele.

Então hoje bem próximo da minha formatura, vejo que ainda não consegui ser o melhor em nada. Inspirado em um amigo que me apresentou a filosofia do dane-se, resolvi construir esse blog, antes de embarcar em qualquer aventura que superasse esse possível complexo de inferioridade, resolvi exercitar a escrita, a paciência de quem lê e principalmente mostrar o quão terapêutica pode ser a maior das desventuras.

Na Sessão 2 - A raiva.